Os mestres brasileiros na arte de fotografar o universo das bikes
Se o Brasil vem passando por um animadíssimo “boom da bicicleta” nos últimos anos, com cada vez mais pessoas pedalando, seja para treinar ou simplesmente se divertir, isso também se deve a um grupo de grandes profissionais que, ainda bem!, temos por aqui: os fotógrafos de bike. Há muitos “amadores” registrando (e, claro, postando) seus rolês. Mas nada se compara às imagens épicas que nomes como, por exemplo, Fabio Piva, Diego Cagnato e Alexandre Cappi conseguem fazer. Nem todos esses fotógrafos podem sobreviver apenas captando fotos de bike, porém cada um deles, sem exceção, nutre um amor muito especial pelas magrelas e o lifestyle que as envolve. A esses profissionais, nosso profundo agradecimento — sem vocês, não teríamos como mostrar aos “leigos” como pedalar é incrivelmente belo.
A seguir, conheça alguns deles (há outros, tão talentosos quanto, a quem dedicarei um novo post em breve):
FABIO PIVA, paulistano, 38 (pivaphoto.com)
Um dos mais experientes fotógrafos de bike do país, Piva é “pró” em registrar modalidades como mountain bike e BMX, e tem viajado o Brasil e o mundo apontando suas lentes para as maiores competições desse esporte.
Como você começou a fotografar o universo das bikes?
Tudo começou quando eu ainda competia de bicicleta. Comecei a fotografar meu irmão, que competia em outra categoria, e meus amigos. Pouca gente fazia isso quando ainda não tínhamos as câmeras digitais. Já tenho 19 anos de carreira.
Que momento mais te marcou fotogrando bicicletas?
Acho que, uns dois ou três anos atrás, quando fotografei uma etapa da Copa do Mundo de Mountain Bike na Alemanha. Em determinado momento, desisti de fotografar o [francês] Julien Absalon, uma lenda do esporte mundial, para fazer a foto do brasileiro Henrique Avancini, que vinha logo depois dele. Minha primeira reação foi dar preferência ao brasileiro. A foto em si não é nada demais, porém foi um momento único que consegui registrar [a seguir, a foto à qual ele se refere].
DIEGO CAGNATO, curitibano, 31 (diegocagnato.com)
Luz natural, detalhes que mostram a beleza e muitas vezes a delicadeza (e o sofrimento) do ciclismo e personagens que tornam seu universo mais interessante são algumas das características mais marcantes do trabalho desse fotógrafo de sensibilidade apuradíssima.
Como você começou a fotografar o universo das bikes?
No início da cultura das bikes fixas em Curitiba, havia uma loja lá, e alguns dos frequentadores e amigos estavam começando a pedalar. Isso acabou sendo minha porta de entrada para as fotos. Depois migrei para outros universos da bike, como ciclismo de estrada e ciclocross.
Que momento mais te marcou fotogrando bicicletas?
Fazer o projeto contigo [em 2016, Diego fotografou todo meu processo de tratamento contra o câncer, durante o qual não parei de pedalar].
ALEXANDRE CAPPI, paulista, 39 (cappi.art.br)
Onde há oportunidades de unir fotografia, natureza e esporte, lá está o campineiro Cappi com sua câmera bem posicionada. Especialista em fotografar diversas modalidades outdoor, já cobriu uma infinidade de eventos e provas de bike, em especial a ultramaratona de mountain bike Brasil Ride.
Como você começou a fotografar o universo das bikes?
Foi em 2003, quando comecei a cobrir corridas de aventura, como o Ecomotion. A partir daí, não parei mais. Depois disso voltei a pedalar pela capital São Paulo e me tornei um cicloativista, cicloturista e atleta amador. Com o tempo eu me especializei em registros documentais de eventos e vertentes da modalidade, entre elas o mountain bike e o dirt.
Que momento mais te marcou fotogrando bicicletas?
Adoro pedalar, mas nem sempre posso carregar o equipo fotográfico comigo. Quando faço cicloturismo e encontro outros bikers pelo caminho, rola uma empatia natural muito bacana, sejam senhores de Barra Forte ou ciclistas com o mesmo ideal viajante. Mas os momentos mais inspiradores são quando encontro portadores de deficiência física pedalando. Um exemplo é a foto [esta abaixo] que mostra o atleta Adauto Belli, deficiente visual, pedalando uma bicicleta tandem com seu amigo, em uma ultramaratona de mountain bike de 584 km, na Chapada Diamantina.
GABRIEL RODRIGUES, paulistano, 36 (gabrielrodrigues.com.br)
A cena urbana da bicicleta é o motor que move esse fotógrafo e ciclista, que se mudou para a Espanha há dois anos. Provas de critério (saiba mais sobre isso aqui) e bike polo são suas modalidades preferidas, fazendo de “Garga” um expert na arte de documentar as vertentes mais transgressora da bike.
Como você começou a fotografar o universo das bikes?
Foi fotografando meus amigos do mountain bike e do bike polo.
Que momento mais te marcou fotogrando bicicletas?
Sem dúvida, foi durante a Race Across America de 2015, na qual acompanhei e documentei toda a prova como integrante da equipe de apoio do santista Claudio Clarindo na competição [desse projeto, surgiu um filme, saiba mais aqui].