Rio Pinheiros vai ganhar parque linear com ciclovia na margem oeste
Ótima notícia para os paulistanos: a margem oeste do rio Pinheiro vai ganhar um parque linear com ciclovia, pista de corrida, muita área verde, pontos de alimentação, banheiros e até oficina para reparos rápidos nas bikes dos usuários.
O Parque Linear Novo Rio Pinheiros — que ficará na margem oposta onde hoje existe a ciclovia do rio — terá, em seu primeiro trecho, 8,2 km de extensão, da sede do Projeto Pomar até a ponte Cidade Jardim. Serão cerca de 400 mil m², que vão conectar, para pedestres e ciclistas, outros parques da cidade, como Villa-Lobos, Parque do Povo, Alfredo Volpi e Ibirapuera.
O projeto é um sopro de esperança no desejo de milhares de paulistanos de ver o rio Pinheiros como atração da cidade. O governo João Doria não esconde que revitalizar as margens e limpar o rio tem sido uma de suas plataformas para alçar voos maiores na política nacional. Concorde-se ou não com o governo de Doria, o fato é que um novo parque como esse, se realizado, será um presentão para todo mundo que vive na cidade.
Em novembro, o governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), publicou um chamamento público para implementar o parque linear na margem oeste do rio Pinheiros. Houve três grupos interessados, e agora foi divulgado a escolha do Consórcio Parque Linear Novo Rio Pinheiros, formado pelas empresas Parque Global, Farah Service, Jardiplan e Metalu.
A Farah Service é a mesma que ganhou, em 2020, o chamamento público para cuidar da ciclovia do rio Pinheiros, na margem leste. Desde que assumiu a administração da área de 21,5 km, a empresa vem realizando melhorias significativas ali, incluindo cafés e a reabertura de trechos fechados há anos por causa das obras do monotrilho.
Com isso, milhares de ciclistas paulistanos têm frequentado a ciclovia, especialmente nos finais de semana, um alívio para muita gente que pedala em uma época tensa e bizarra de pandemia.
“O novo parque será feito em fases. O trecho 1 vai da ponte Cidade Jardim até a sede do Projeto Pomar. Na fase 2, será da ponte Cidade Jardim até Ponte Jaguaré, enquanto a etapa 3 irá do Pomar à Vila da Paz”, diz Michel Farah, CEO e fundador da empresa, frisando que seu consórcio ganhou até agora a primeira fase do projeto.
Farah explica que as obras, estimadas entre R$ 15 e R$ 20 milhões, não serão feitas com dinheiro público. No chamamento público, a empresa vencedora não recebe nada do governo, e arca com todos os custos, com exceção da segurança. Em contrapartida, pode captar investimentos de marcas que queiram apoiar a iniciativa por meio de anúncios ou serviços.
Segundo ele, o projeto já começa a ter início uma semana após a assinatura do chamamento, o que deve ocorrer dentro de alguns dias. “A margem oeste já está aberta ao público e não a fecharemos totalmente durante a realização do parque”, diz Farah. “Como nesse lado do rio não há os trilhos da CPTM, é possível deixar alternativas de passagem quando algum trecho estiver em obras.”
Como parte do projeto, a ciclovia já existente na margem oeste será reformada e sinalizada. Hoje essa margem conta com uma ciclovia bem agradável, porém extremamente isolada e perigosa (muitos assaltos acontecem ali). Em toda a extensão do parque, também haverá uma pista de caminhada e corrida, de aproximadamente 3 metros de largura — bela iniciativa para atrair quem anda a pé para a beira do rio, e não apenas ciclistas.
Haverá, ainda, novas passarelas conectando as duas margens do rio Pinheiros, como uma que vai se ligar ao Parque do Povo (que hoje conta com uma passarela até o lado leste). Entre os novos acessos, será executada uma nova rampa de entrada e saída na antiga ponte do Morumbi, além de outra rampa semelhante na ponte Cidade Jardim. O projeto ainda contempla um mirante na altura da ponte Estaiada.
O consórcio conseguiu o apoio do Grupo Votorantim para revitalizar o deck da sede do Projeto Pomar.
Doria já falou diversas vezes que pretende despoluir o rio Pinheiros até 2022, em uma promessa ambiciosa que inclui também a privatização da Usina de Traição, que, segundo ele, será transformada em área de lazer com cafés, bares, restaurantes. Tudo isso alardeado como um futuro “Puerto Madero paulistano”, em uma referência ao cais revitalizadíssimo de Buenos Aires, na Argentina.
Goste-se ou não de Doria, o projeto seria uma bênção para uma cidade carente de áreas verdes, de ciclovias e de um rio digno onde os cidadãos possam conviver e curtir a vida. Tomara que ele e sua administração consigam realizar esse sonho de tanta gente.