#RedCupProject usa copos e tomates para protestar por mais segurança no trânsito
Cicloativistas de várias cidades do mundo deram um show de criatividade alguns dias atrás, ao inaugurar uma nova forma de protestar pela vida de quem se arrisca de bike nas ruas.
Batizada de #RedCupProject, a iniciativa consiste em colocar copos de plástico vermelhos ou tomates ao longo de ciclovias sem separação física vertical do trânsito, ou mesmo em pistas de ruas e avenidas muito usadas por ciclistas, porém sem qualquer tipo de proteção a esse usuário.
Em poucos minutos, os copos e tomates costumam ser massacrados por veículos motorizados, criando uma cena poderosa de pontos vermelhos no asfalto, como a lembrar o sangue derramado por tanta gente morta de bike na violência do trânsito.
O movimento surgiu de forma quase espontânea para prestar homenagem a Dave Salovesh, um importante cicloativista norte-americano, morto recentemente em Washington D.C. ao ser atingido por um carro fugindo da polícia — o automóvel estava a mais de 100 km/h quando acertou o ciclista.
Esse tipo de “tactical urbanism” (urbanismo tático), como é chamada lá fora essa reapropriação do espaço público, não é proibida por lei. Além disso, provoca forte impacto nas redes sociais e sites de organizações como a BikePGH e ativistas em geral, que nos últimos dias encheram o Instagram e o Twitter de imagens poderosas de tomates massacrados e copos estraçalhados em segundos por carros totalmente desavisados.
A hashtag #RedCupProject começou na Pennsylvania Avenue, em Washington D.C., e rapidamente se alastrou por diversas cidades dos Estados Unidos, além de outros países como o Reino Unido e a Austrália.
Os copos e tomates foram usados pela primeira vez por um professor e ciclista de Portland, no Oregon, uma das cidades mais eletrizantes para quem curte bike no mundo e onde reside uma leva de ótimas cabeças pensantes no assunto.
A ideia é exigir que o governo de cada local construa proteções verticais, que barrem de fato os carros e motos de entrarem nas ciclovias, como vemos acontecer diariamente.
Prática, barato e eficiente, a campanha poderia chegar logo por aqui, olha que bela ideia!