Exposição no Sesc Belenzinho celebra BMX e novos esportes olímpicos
Poucas cenas da bike no Brasil são tão underground quanto o BMX. Dividida em várias vertentes — como o dirt e o flatland, por exemplo –, a comunidade do “bicicross” é daquelas fiéis, que amam suas bikes e seu estilo de vida de um jeito comovente.
Porém, como muita coisa neste país, é uma cena pouco valorizada, que não possui o reconhecimento que hoje usufruem skate e surf. Há poucos campeonatos, as premiações são ínfimas e nossos grandes atletas não contam com o apoio e o patrocínio de marcas como merecem.
Por isso foi com particular carinho que recebi o convite para participar, como curadora, da exposição “No Limite da Ação”, que o Sesc Belenzinho (SP) abriu neste final de semana, até o dia 5 de março.
A mostra reúne o trabalho de alguns dos mais importantes fotógrafos das novas modalidades de ação que estarão nas Olimpíadas de Tóquio: surf, skate, escalada e BMX (que chega com a vertente freestyle park).
Esses novos esportes, caracterizados por manobras e momentos de adrenalina, são uma resposta do Comitê Olímpico Internacional para atrair um público mais jovem, que nos últimos tempos passou a se interessar bem mais por eventos tipo XGames.
São 40 imagens, de 15 fotógrafos e fotógrafas que dedicam suas vidas a registrar não apenas manobras incríveis como também o lifestyle de quem resolveu fazer desses esportes o centro de suas vidas.
Muito diferente da comunidade do skate, por exemplo, que conta com uma sólida lista de fotógrafos, atletas famosos e eventos milionários, a cena do BMX possui pouca gente captando o dia a dia dos riders. E tudo com dificuldade: pouca grana, equipamento fotográfico não necessariamente de ponta, quase ninguém filmando.
Mas nada que impeça essa galera de ir em frente, com garra e paixão, enfrentando as dificuldades logísticas e financeiras para pedalarem em suas bikes de rodas pequenas.
“No Limite da Ação” acaba sendo uma das raras oportunidades para os amantes da bike de verem ampliações enormes de imagens impactantes, e outras mais ternas, de atletas e simpatizantes em ação.
Além das fotos, também foram produzidos vídeos poéticos com cenas de cada modalidade — o de bike é protagonizado por Douglas Doguete, um dos maiores nomes de todos os tempos do BMX brasileiro.
Há ainda uma parede cheia de equipamentos dos quatro esportes para o público tocar e sentir de perto um pouco da sensação de cada um. Na parede dedicada ao BMX, há uma bike inteira desmembrada, para que o visitante toque no guidão, veja como são as rodas, aprecie a beleza das coroas e da mesa.
Não é sempre que uma instituição como o Sesc dedica tempo, verba e espaço para um evento que celebra não apenas os fotógrafos de ação como atletas famosos e anônimos apaixonados por modalidades tão pouco “mainstream” como o BMX. Não deixe de ir!
INFORMAÇÕES
Exposição: No Limite da Ação
Quando: Até 5 de março
Onde: Sesc Belenzinho (perto da estação Belém do metrô)
Quanto: Gratuito