Henrique Avancini se firma como o maior mountain biker brasileiro

Em um país que nunca deu a atenção devida a diversas modalidades da bike, em especial ao mountain bike, uma grata surpresa tem alegrado os sofridos corações nacionais: o sucesso de Henrique Avancini nas trilhas mundo afora.

O mountain biker fluminense de 29 anos ganhou neste final de semana mais uma edição da ultramaratona Brasil Ride, na Bahia, coroando um ano espetacular. Ao lado do alemão Manuel Fumic, ele levou para casa seu terceiro título nesta que é considerada a competição mais dura de mountain bike do país, com suas sete etapas, 600 km totais e 13.000 metros de ascensão acumulada.

O campeão mundial na Brasil Ride 2018, na Bahia (Foto: Hudson Malta/Red Bull Content)

Nascido em Petrópolis (RJ), Avancini fez de 2018 seu melhor ano desde que começou a pedalar, duas décadas atrás. Em agosto, entrou para a história ao conquistar o título mundial de mountain bike maratona. Também conseguiu o segundo posto no ranking masculino de mountain bike da União Ciclística Internacional (UCI) e o 4º lugar geral do campeonato mundial de Cross-Country (XCO), a modalidade olímpica do esporte – três feitos inéditos na história do ciclismo brasileiro.

Com uma trajetória que já soma mais de 250 títulos, ele se tornou o maior mountain biker da história do Brasil — e não será fácil superá-lo tão cedo.

Para conquistar a camisa de arco-íris de campeão mundial, enfrentou na Itália um percurso duríssimo de 102 km e impressionantes 4.600 metros de ascensão acumulada, em uma briga acirrada com outras estrelas da modalidade.

O fluminense com a jersey de campeão mundial de MTB maratona (Foto: Fabio Piva/Red Bull Content)

O sucesso é fruto de uma reformulação em seus métodos de treinamento e após altos e baixos que por pouco não o fizeram abandonar a carreira. Sua rotina inclui muitos treinos de alta intensidade e volume, que frequentemente superam os de seus adversários. Junto a isso, o atleta vem treinando a mente para encarar não apenas desafios, mas as frustrações. E suas escolhas têm dado resultado.

Se nos Jogos do Rio ele ficou em uma desapontadora 23a  colocação, agora Avancini se sente mais confiante para tentar novos voos olímpicos.

Nenhum outro mountain biker brasileiro chegou perto disso. Sem a mesma infraestrutura dos rivais europeus ou norte-americanos, porém com uma garra única, Avancini vai mostrando que seu trajetória ainda pode render muito, muito mais.

No Campeonato Mundial de MTB, na França, em julho (Foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content)