Anna van der Breggen se consagra campeã mundial de ciclismo de estrada
Em uma vitória espetacular, a holandesa Anna van der Breggen enfim conquistou o título de campeã mundial de ciclismo de estrada, neste sábado (29), em Innsbruck, na Áustria.
Não apenas venceu a prova, como chegou absurdos 3 minutos e 42 segundos na frente da segunda colocada — uma margem de vantagem não vista em décadas de campeonatos mundiais de estrada.
Enquanto boa parte das atenções desse esporte tem sido focada na prova masculina, que acontece no domingo (30), com todo mundo curioso para ver se o eslovaco Peter Sagan consegue pela quarta vez a camisa arco-íris de campeão mundial, foi na batalha das mulheres que se deu um dos mais eletrizantes momentos do UCI Road World Championships 2018.
O percurso feminino não era fácil: 156.2 km, com 2.413 de altimetria (elevação acumulada), com trechos brutos demais como a subida de Gnadenwald, de gradiente máximo de elevação de 14% — uma piramba íngreme para dedéu, daquelas de dar vontade de chorar.
All smile 😃 for @annavdbreggen crossing that finish 🏁 line #InnsbruckTirol2018 pic.twitter.com/D6BW0kppxz
— UCI (@UCI_cycling) 29 de setembro de 2018
Van der Breggen, uma das ciclistas mais fortes de sua geração, mostrou toda a sua garra em Innsbruck, ao abrir uma fuga incrível na penúltima subida do trajeto. Em seguida, a holandesa atacou de novo, deixou as rivais para trás e pedalou sozinha 39 km até a linha de chegada. Completou a prova em 4 horas, 11 minutos e 4 segundos.
O título era o que faltava para coroar uma carreira brilhante. A moça de 28 anos conquistou a medalha de ouro nos Jogos do Rio, já venceu o Giro Rosa (o Giro d’Italia feminino) e o La Course (o Tour de France das mulheres), além de provas clássicas como o Tour de Flanders e a Liège-Bastogne-Liège, entre outros.
Mas faltava uma jersey (camisa) de arco-íris para coroar sua trajetória de sucesso, e novamente cravar a Holanda como a maior fabricante de estrelas do ciclismo feminino.
O campeonato mundial de Innsbruck trouxe como grande novidade um percurso com subidas desafiadoras, após anos de circuitos planos — ideais para sprintistas como Sagan.
Na prova feminina, 149 ciclistas travaram um duelo para vencer as elevações, que dividiram as atletas em diversos pelotões menores.
Muita gente apostava na australiana Amanda Spratt (que ficou em segundo), mas Van der Breggen não deu nem chance para dúvidas: neste sábado, a rainha da estrada foi mesmo ela, em uma vitória de 3m42s que levará anos para ser batida.