Bikes Yellow chegam a SP e podem ser deixadas e pegas em qualquer lugar
Anunciadas como a grande revolução do sistema de compartilhamento de bikes, as “dockless” enfim começam a invadir São Paulo.
Nesse modelo, você não precisa ir até uma estação (ou dock) de bikes, como acontece hoje com as laranjinhas do Itaú ou as vermelhas do Bradesco. Você pode simplesmente deixar e pegar a bicicleta em qualquer lugar, acionando uma trava após fazer um cadastro no aplicativo da empresa.
A primeira companhia a espalhar suas bikes pela capital paulista é a Yellow, criada por ex-executivos da Caloi e da 99 Táxi. As magrelas amarelinhas já podem ser vista, ainda em pequena quantidade e em fase beta, em ruas de bairros como Pinheiros e Vila Madalena.
Os primeiros usuários foram selecionados após fazer um cadastro para uma fase de testes. O aplicativo se mostrou fácil de usar, mas ainda precisa de alguns ajustes.
A Yellow tem uma só marcha, porém desenvolve bem em retas e subidas leves — em pirambas mais duras, a saída é empurrar mesmo. A cestinha é mais eficiente que a dos novos modelos do Itaú, por exemplo. O quadro é feito em aço, e os pneus são maciços, sem câmara de ar. Ou seja, foco em durabilidade e resistência.
Segundo a Yellow, a ideia é espalhar 20 mil unidades até dezembro. E, depois, ampliar a frota para cerca de 100 mil, incluindo bairros da periferia (falha enorme de iniciativas como as do Itaú, que priorizam bairros de classe média e alta da cidade).
No início, as bikes deixadas nas ruas serão redistribuídas por carros da empresa, priorizando saídas de metrô e pontos de passagem de pedestre. Depois, a Yellow acredita que os próprios usuários irão balancear os locais onde deixam as bikes — ou seja, o sistema mesmo se encarregará dessa distribuição.
Para usar, é fácil: basta instalar o aplicativo da Yellow no smartphone, que lê um QR Code instalado na bike para liberar a trava. Paga-se pelo cartão de crédito — nesta fase inicial, custa apenas R$ 1 a cada 15 minutos.
As dockless bikes viraram sensação em países como a China, onde já são mais de 16 milhões de unidades.
Entretanto as dockless vêm causando uma série de problemas em diversas cidades. Na China, por exemplo, milhares invadiram as ruas de tal forma que começaram a atrapalhar pedestres, o trânsito e donos de comércio, que passaram a ver suas portas atravancadas com as bikes. Outra questão é o vandalismo: em muitos países, só crescem as pilhas de dockless quebradas por gente que as encontrou pelo caminho.
Vamos ver como o paulistano lidará com a “liberdade” de poder deixar e pegar em qualquer rua uma bicicleta compartilhada — e, assim, ajudar a tornar a cidade menos infestada de carros e trânsito.