Poucas ‘comunidades’ da bike no Brasil são tão festeiras e surpreendentes quanto a dos fixeiros — os adeptos das bikes fixas (de uma marcha só, com pinhão “fixo” e quase sempre sem freios). A cultura fixed gear cresceu bastante por aqui nos últimos anos e atualmente saiu dos grandes centros para se espalhar por  todos os Estados do país. Uma prova disso são as FixOlimpíadas 2017, que pela primeira vez acontece no Nordeste, em Recife (PE).

O evento, que começa nesta quarta-feira (1 de novembro), reúne fixeiros e fixeiras de vários cantos do Brasil, para cinco dias de celebração a essa bicicleta minimalista, sem firulas, que exige pouca manutenção, custa bem mais barato que suas primas de muitas marchas e cujo mecanismo — dizem seus adoradores — representa a mais pura conexão entre homem e máquina.

As FixOlimpíadas são a cara de seus criadores: jovens, leves, brincalhonas, onde o espírito competitivo existe, porém anda lado a lado com a vontade de fazer amizades e trocar experiências. Durante os jogos, são organizadas provas mais “sérias”, como o critério — competição treta em um circuito curto (no caso de Recife, em um kartódromo). Mas há também espaço para diversão na veia, caso da “anticorrida”, na qual vence quem for mais devagar. Manobras típicas das fixed gear, como os skids (frear travando os pedais), ganham competições próprias, em que os participantes dão show de controle e equilíbrio.

“As FixOlimpíadas funcionam da seguinte maneira: todo ano, após o evento, é aberta uma votação no grupo Fixed Gear Brasil no Facebook para decidir a próxima cidade-sede”, diz Danilo Lima, um dos organizadores da edição recifense. “Somos em cinco pessoas por trás dos jogos de 2017: duas em Recife; duas em Fortaleza; e uma Manaus. Nós reunimos forças para trazer pela primeira vez o evento para o Norte e Nordeste do país.”

Para bancar a iniciativa, a galera conta com o próprio esforço, com o valor das inscrições e com a ajuda essencial de patrocinadores. Infelizmente, nenhuma grande marca de bike faz parte da lista de apoiadores — uma pena para elas, que ainda não sacaram que se trata de um dos eventos mais cool do calendário ciclístico nacional. E assim, meio na marra e por causa da falta de visão das empresas maiores do setor, as FixOlimpíadas vão, ano a ano, mantendo seu ar independente e inspiradoramente genial. Daóra!