Brasil se torna terceiro maior público do Strava, o ‘Facebook’ dos ciclistas
Lançado em 2009, o aplicativo Strava — goste você ou não — revolucionou a forma como pedalamos. Rede social predileta de grande parte dos ciclistas mundo afora, o app registra seu treino, te dando informações não apenas sobre sua performance, mas especialmente sobre os caras mais rápidos de cada segmento mapeado no percurso que você escolheu. Dá para “stalkear” o treino alheio para ver o tempo de seu amigo ou de um outro atleta e ainda enviar mensagens e postar fotos de cada pedal. E o mais importante: os mais rápidos nos tais segmentos ganham coroas de “king of the mountain” (KOM) e “queen of the mountain” (QOM) – expressões já imortalizadas no muitas vezes estranho universo da bike competitiva, assim como os “kudos” (como o Strava chama seus “likes”).
Nos últimos anos, o Strava se expandiu para atrair os praticantes de corrida e outros esportes. Virou febre mundial, com impressionantes 1 milhão de novos usuários a cada 40 dias em todo o planeta (com o Brasil representando 10% dessa fatia de crescimento, ou seja, cerca de 100 mil brasileiros baixam o app e começam a usá-lo a cada 40 dias). A equipe do app não divulga quantos seguidores possui no Brasil, mas revela que nos últimos 18 meses o país passou a ocupar a terceira posição entre os que mais utilizam o Strava (ficando atrás apenas dos EUA e da Grã-Bretanha).
É aqui em São Paulo, aliás, que fica o segmento mais popular do Strava no mundo todo: em uma praça da USP famosa entre os ciclistas, já são quase 2,5 milhões de quilômetros percorridos por mais de 7.600 pessoas.
O sucesso no Brasil não passou despercebido dos CEOs da marca, que vieram para cá esta semana para conhecer melhor esse público e para participar de eventos como o blastU, o festival de empreendedorismo e tecnologia que acontece até hoje no Pavilhão da Bienal, em São Paulo.
“O Brasil é um país que adora socializar”, diz Michael Horvath, um ex-aluno de Harvard que teve a genial sacada de criar uma rede social para pessoas já ativas e cuja boa parte da vida é ocupada por seus esportes. “No Brasil, a taxa de pessoas seguindo umas as outras é 2,5 vezes maior que a média dos demais usuários. Isso é uma das razões pelas quais o Strava tem crescido tão rápido por aqui.”
Horvath diz que o Strava vai ampliar suas ações por aqui. Em breve será anunciado um “country manager” para o Brasil, cuja função será criar estratégias de marketing e de aproximação com as comunidades de corrida, bike e outros esportes. Parte dos dados obtidos pelo app, segundo o CEO, poderá ser compartilhada com os governos de cidades brasileiras, para que ajudem a criar políticas para melhorar a segurança e outros pontos dos segmentos mais utilizados por quem pedala.
Enquanto isso, quem detesta o Strava continuará metendo o pau em como o app transformou pedais amigáveis em disputas irritantes para ver quem ganha o KOM ou o QOM. Os rolês de bike eram mesmo mais doces antes, mas nada como uma boa competição para apimentar um treino semanal…
Este vídeo meio tosqueira (em inglês) resume bem a vida pré e pós Strava, hahaha: