‘With These Thighs’ proclama: viva todos os tipos de corpos que pedalam!
“Quando estou em cima de uma bike, sou livre. Com ela, tudo posso, especialmente quebrar os limites impostos às mulheres.” Mulher e “acima do peso”, a norte-americana Marley Blonsky tem feito de seu amor pela bicicleta uma maneira genial de enfrentar preconceitos — e acolher outras mulheres que, como praticamente todas nós, não se encaixam nos padrões estéticos e sociais que existem por aí.
Ao ver pela primeira um adesivo com os dizeres “With These Thighs”(Com Estas Coxas), que uma bike shop voltada para mulheres em Portland (Oregon) mandara fazer para exaltar nossos corpos capazes de façanhas tão impressionantes quanto pedalar, Marley se encantou pela causa. Virou uma espécie de porta-voz da campanha que incentiva as mulheres a amarem seu tipo físico, qualquer que ele seja. Moradora de Seattle, ela não apenas espalhou os adesivos por sua comunidade de ciclistas como escreve sobre isso em seu blog e redes sociais. E o mais poderoso de tudo: sai por aí de bike como bem entender — shorts curtinho ou roupa comprida, para dar apenas um rolê ou viajar dias seguidos, treinar ou competir. O que manda é seu amor pela bike e a imensa alegria de ser quem é. Assim ela vai se tornando um baita exemplo para todas as ciclistas (e mulheres em geral) que volta e meia se criticam em vez de celebrar as conquistas de que são capazes. Chapeau, Marley!
A seguir, Marley fala um pouco sobre o tema para o Ciclocosmo:
Por que um simples adesivo com os dizerem “With These Thighs” foi capaz de te fazer tão mais forte?
A mensagem por trás dessas palavras ressoaram em mim de uma maneira muito intensa. Eu sempre fui uma mulher grande, mas nunca permiti que meu tamanho me impedisse de fazer o que quisesse – especialmente na bike. Para mim, isso significa pegar minha bicicleta e acampar, viajar, me vestir com roupas engraçadas em provas de ciclocross cheias de lama e, dessa maneira, expandir as fronteiras para as mulheres, principalmente as mulheres grandes.
Como você gostaria que iniciativas como “With These Thighs” ajudassem a mudar a forma como vemos nossos corpos?
Eu adoraria que a gente parasse de olhar para que tamanho vestimos ou como parecemos aos outros. Em vez disso, queria que focássemos no que cada uma de nós está conseguindo, conquistando. Nossos corpos são capazes de fazer coisas maravilhosas – pedalar centenas de quilômetros, subir altitudes elevadas, superar montanhas. Somos capazes das coisas mais fodonas. Independentemente se temos coxas grossas, finas, celulite ou não, isso pouco importa. Meu foco está na funcionalidade e na performance do corpo.
Como a bicicleta te ajudou a lidar com questões como a autoimagem e o preconceito de grande parte da sociedade contra tudo aquilo que não se encaixa nos “padrões” estéticos?
Em cima da minha bike, eu sou livre. Posso pedalar muito (ou pouco) e posso quebrar as fronteiras e limites que a sociedade impõe às mulheres. Há tantas pessoas fazendo coisas incríveis com uma bike. Eu amo o fato de não existir um “jeito certo” de ser ciclista. Para mim, se você pedala, é um ou uma ciclista, e pronto. A bicicleta é uma atividade de baixo impacto, e por isso acessível a muitos tipos diferentes de corpos. Eu enfrentei uma longa lista de lesões, e pedalar sempre foi ótimo para minha recuperação. Na bike, você também pode vestir o que quiser – minha roupa favorita para isso é um vestidinho fofo (o que tende a chocar as pessoas quando elas vêem uma mulher gorda pedalando vestida assim).
Leia mais sobre Marley na ótima seção para mulheres “Ella” do site australiano de bike Cyclingtips.