Woole, o ‘Waze’ da bike, começa a ser testado em SP

Erika Sallum

Quem pedala na cidade certamente já passou pelo drama: qual o melhor caminho a tomar de casa até, por exemplo, o trabalho novo ou aquele bar onde estão os amigos? Para nos dar uma bela ajuda, estão sendo desenvolvidos alguns aplicativos brasileiros interessantes que mostram as melhores rotas a seguir de bike, além de dicas de bicicletarias e lugares para estacionar, como o Pedala SP (ainda em período de testes), e agora o Woole. Criado por um jovem advogado e ciclista de 26 anos, o Woole estreia um novo momento — após meses de financiamento coletivo e ajustes, acontece nesta sexta-feira (4 de agosto) um “demo day” do Laboratório da Mobilidade Urbana da prefeitura de São Paulo, o Mobilab. Também a partir de hoje o Woole vai liberar o acesso para sua versão beta: para usá-lo, basta se cadastrar no site (www.woole.bike).

“A maior inspiração foi mesmo o Waze. Nossa expectativa é que um dia o Woole seja para o ciclista o que o Waze se tornou para o motorista: um aplicativo para ele contar em todas as horas: para procurar uma rota, encontrar uma oficina ou mesmo para saber o quanto a pessoa pedalou nos últimos tempos”, diz André Arcas, CEO e co-fundador do app.

O app divide o tipo de rota em “segura”, plana” ou rápida” (Foto: Divulgação)

Nos moldes do Waze, o Woole calcula rotas, porém seguindo o nível de experiência do usuário e oferecendo três tipos de trajeto: o seguro, o plano e o rápido. Ao final de cada rota, a pessoa tem a chance de avaliar o caminho e deixar comentários, em um sistema colaborativo através do qual o ciclista também pode adicionar novos locais no mapa.

Algumas telas do app (Foto: Divulgação)

O Woole ainda está em fase inicial, mas sua criação é mais uma boa mostra do poder que a bike enfim vem conquistando nas cidades brasileiras, com produtos feitos aqui para as nossas necessidades. A seguir, um bate-papo com o criador do Woole:

Por que você resolveu criar um aplicativo todo voltado para bikers?
A ideia surgiu de um incômodo meu como ciclista. Em 2015, quando pensei nisso, eu estava cursando direito na Universidade de São Paulo. A faculdade fica na Sé, mas eu fazia algumas disciplinas lá na Cidade Universitária. Quase todo dia eu pedalava do Butantã até a Sé, subindo até a Paulista para depois descer tudo de novo. Ficava indignado com aquilo. Por mais que eu tentasse, não conseguia encontrar um bom caminho que tivesse mais ciclovias e subidas leves. Aí comecei a me perguntar: não seria incrível se existisse tipo um Waze para bike?

Quais os principais desafios durante o desenvolvimento do Woole?
A tecnologia é muito complicada. Trabalhar com algoritmos é difícil. Para complicar, queríamos proporcionar uma experiência personalizada para o usuário. Em breve, implementaremos inteligência artificial para que o aplicativo fique ainda mais esperto.

O Woole funcionará apenas em São Paulo ou também atuará em outras cidades do país?
O app estará disponível no Brasil todo. Mas é importante lembrar que essa ainda é uma fase de testes: talvez haja alguns erros no mapa e o algoritmo ainda precise de um tempo para aprender uma boa rota – por isso, contamos com as pessoas que se cadastrarem no site para nos comunicar em caso de problemas.